12 de março de 2015


Um

Desculpe o incômodo,
Perdão importunar;
Tenho sido evasivo
É que ando vago
E queria saber
Se há espaço...
Me carregaria no teu olhar?


Rogerio Miranda

O Caminhante

2 de março de 2015

Textos de Segunda - "...É como andar de bicicleta."

  "Você nunca esquece!", eu nunca esqueci, nem mesmo a sensação. Era uma tarde de sábado, eu descia a rua de minha casa enquanto pensava sobre os dias, os meus. Mal havia percebido como estava o tempo, se havia sol, nuvens, poças no asfalto. Nesse, como em alguns outros dias, andava sem controle, de certa forma, no modo piloto automático, e a reflexão se dava de forma descomunal. Já não habitava o meu cotidiano. No caminho, já próximo a entrada de minha casa, havia uma criança de mais ou menos sete anos, montado em sua pequena bicicleta, dando voltas pela rua com seus amigos. Isso tirou a poeira que cobria as minhas lembranças.
Meu pai sempre faz questão de me lembrar (principalmente nos momentos de fraqueza), vem e utiliza como artifício para me encorajar, o dia que passou me ensinando a andar de bicicleta sem as rodinhas. Relembra os tombos que tomei, as muitas lágrimas que derramei querendo desistir (na infância, tudo era motivo para lágrimas), e no fim, naquele belo fim de tarde, minha bicicleta (que possuía pintura de chamas) queimava o asfalto do caminho - minha rua, que de uma esquina à outra, nem chegava a ter 50 metros. Diante dos outros me sentia minúsculo, frágil, meu pai era um gigante, e o mesmo sentia em relação a minha mãe, mas naquele instante sentia que ganhava o mundo, que havia, em mim, a capacidade de fazer e alcançar qualquer coisa, qualquer sonho, qualquer desejo, bastava um pouco de inspiração, talvez um pouco de lágrimas, joelhos ralados e muita transpiração. Não sei precisar qual idade tinha, sei apenas que era um domingo, e me marcou.
Entender palavra escrita, saber reconhecer e interpretar os sinais, veio também, como outra conquista que me tirou do chão e trouxe uma nova e rica perspectiva. Novamente, minha pouca estatura e idade nada tinham a ver com o tamanho que eu sentia, ou o mundo que podia tocar. Aos 3, indo para os 4 anos, comecei a tecer minhas primeiras palavras escritas, e os livrinhos, gibis, os contos que meus pais liam para mim, agora poderiam ser "radiografados" pelos meus olhos e cantados pela minha voz. Tudo muito simples, sem precisar de fórmulas de bhaskara. E eu, "o mais feliz da vida".
Tem dias que amanhecemos meio nublados, algumas vezes essas nuvens se estendem por dias, semanas. Chegamos num ponto, onde as nuvens estão completamente carregadas, e por dentro, somos só tempestade. E de tão carregados, de tanta tempestade, transbordamos. E esse transbordar, é nosso corpo dizendo que tudo isso é muito. Transbordamos, irrigamos o nosso solo, limpamos nossas janelas. Transbordamos até a água ficar cristalina, até os vidros, os vitrais ficarem límpidos, até fertilizarmos o nosso peito. Daí, damos espaço para o sol. Flores brotam, belas paisagens tornamos enxergar, e os vitrais nos permitem novos espetáculos de encantamento. Crescer nos faz esquecer de dar importância às coisas "desimportantes". Tudo muito complexo, de dinâmica assustadora, pragmatismo mecânico, tudo muito frio. Que os temporais venham, lavem todo o mal. Mas nunca fechar as janelas para o sol. Que seus raios continuem a iluminar as coisas "insignificantes". Viver e saber o valor e a importância de cada estação.

Rogerio MirandaO Caminhante

11 de novembro de 2014

Segunda-Feira I
Rogerio Miranda00:41 0 comentários



A cidade chora,
As cigarras cantam.
Folhas nos jardins,
calçadas... em todo canto
A cidade empalidece
Amor, é segunda-feira!
10-11-2014

6 de abril de 2014

O Manifesto do Caminhante Solitário
Rogerio Miranda21:22 0 comentários

Cada grupo de poemas que desenvolvo carrega uma ideia central, possuem uma confluência de sentimentos. Não apresentarei os textos em ordem cronológica, nem nada do tipo.
Esse que lhes apresento, é um dos mais recentes, e está no grupo (ou capítulo, como prefiro chamar) Bloco de Notas

Uma boa leitura!




Bloco de Notas

O Manifesto do Caminhante Solitario

E no calor da selva
No momento em que se pede vela,
A brisa beija meu rosto
e balança muito mais que o meu corpo

As preces que fiz num belo dia
hoje vejo parte sambando no quintal;
Tento sambar, tento alcançar
mas ninguém disse
e eu nunca estive pronto “pra” pular carnaval

Meu canto é frouxo
e meu passo é torto;
Já passa da hora pela qual rezei,
Chega de "Sambas do Conformado",
Adeus “Balelas” e “Canções de Ninar”

Dizem que já sou velho
e crescido,
Talvez seja hora de aprender a cantar e rimar

E nessa jornada
que alterna-se entre
Ocasos, Noites Negras
e belos e Enérgicos Sóis
Que sabedoria venha na Caminhada
Que o tombo não me tire Força
e não me impeça de subir Escadas
Pois ainda quero ser
o melhor que posso.

Ainda há tempo, desse quadro, pintar.

Rogerio Miranda

21-02-2013

A Idade do Céu - Por Rogerio Miranda
Rogerio Miranda21:07 0 comentários

Olá caros leitores,

Trago para vocês mais um vídeo meu, espero que curtam!
Então, comentem, curtam, compartilhem!! Sugestões e críticas são sempre bem-vindas!

Abraços fraternos,
Rogerio Miranda - O Caminhante