27 de novembro de 2011

Capítulo III
Rogerio Miranda04:27 2 comentários

Olá caros e caras leitores e leitoras,
Venho encerrar aqui uma história, um ciclo de vida. Esta trilogia deveria ser mais que uma trilogia, entretanto o autor, que aqui vos fala, percebeu que não havia necessidade de tal atitude, e caso fosse feito o resultado não seria muito agradável. Escrever a segunda parte foi tarefa desgastante, e não muito prazerosa, contudo esta parte (a última), mostrou-se mais prazerosa, talvez pelo desfecho...
Agradeço aqueles que vem acompanhando, dando dicas, força, criticando ou elogiando. Saibam vocês que suas palavras funcionam como combustível para as minhas.

Espero que gostem. Boa Leitura e Força Sempre!



Capítulo III

Eu abri os meus olhos
E de repente nós dois aqui, deitados na mesma cama
Enlaçando nossos problemas, unindo indagações
E mesmo assim o paraíso parecia sólido.
Tão sólido quanto o memorável encontro dos nossos lábios

Minhas peças passaram a configurar uma nova organização,
já não havia de ser o mesmo, mas só você não percebeu.
Lhe apontei - o que para mim pareceu – aves dançando
sob a luz do sol, acima dos homens, com aval de Deus...
Duas aves contemplando a vida, rompendo o véu das coisas humanas
Só eles, Deus e todo o Céu...

Eu a lhe dizer o que via
E você nada compreendia o que eu dizia...

Nosso paraíso construído nas bases dos meus sonhos e esperanças,
Sim, segui a vida feito criança (errei por isso?)
Acreditando sempre, tentando fazer da vida uma espécie de quintal.
Tentei tornar nossas vidas um conto de um nobre livro, poesia...
Mas quem sabe seja digna só de uma tira de um chinfrim jornal.

 - Miguel! Não vês? por que não deseja crer naquilo que lhe digo? Todos sabem
E você finge não ver
tornastes o pior dos doentes,
Pior dos cegos.
Aonde deseja a vida levar?
 - Deixe estar, você que diz que estou a me enganar
comete sério erro!
Esta é minha vida, sei o que é. O que vejo é mais do que parece,
Mais do que um sonho, mais do que um desejo!
Tenho noção de teus bons anseios por mim, mas não preocupa-te
Meu bem estar está muito além,
estou bem do jeito que vivo.

Acho que o que fiz foi mentir...
fingir...

Não!
Os céus são testemunhas de que lutei,
Talvez de forma ineficiente, mas o “destino” quis assim escrever.

“Quem são estes estranhos deitados em nosso ninho?”
Indaguei a ti em determinada ocasião. E o que me foi respondido?

 - Estes somos nós. Somos eu e você.
Você sempre a sonhar, imaginar, maquiar, tentar criar um mundo novo.
Este é pequeno e mesquinho de mais para você.
Seus sonhos são maiores que o mundo, maiores do que tudo que sonhei,
Tudo que posso lhe dizer é que lutei. Você bem sabe, você bem viu...
O que ainda posso te fazer?

Sempre esteve em mim, tive ciência da situação desde o princípio
E o momento já era esperado, mas ainda assim...

E o meu espírito a martelar meu peito:
 - O que fiz de nós? Em que ser transformei você?

Aquela ave no céu que contemplávamos, agora se faz solitária

E pela estrada segui.
Nossas mãos já não estão mais dadas,
O que trago é só o carinho que colhi em nossas caminhadas
                - De tudo que foi, o que restou foi o carinho
O firmamento cravou um sorriso em minha face,
Senti-me perto dos céus, mesmo estando ainda tocando o chão.
Sem mentir, sem dor...
Viver é uma lição, e aprende aquele que não se atem ao passado,
Tenta avaliar os fatos, corrigir, aprender e não repetir os erros.
Aquele que desconsidera o presente e visa o futuro, muito ainda tem a aprender.
O presente sim é dádiva dos céus,
vejo-o como uma flor que Deus jardinou
E em minhas mãos - confiando a mim a escolha - colocou, por fim.

Meus passos...
e veja aonde cheguei!
Ainda existem razões para gargalhadas,
Entre tropeções e esbarros eu aprendi.

Rogerio Miranda - O Caminhante Solitário