Planaltina,
Distrito Federal, 03 de Março de
2013.
Quando busco na memória, surge em minha mente a imagem de rabiscos em um velho caderno, são os meus primeiros escritos. Rabiscos que para outros pouco representam, mas que talvez, revelem muito mais do que qualquer outra coisa que já tenha feito. Entre as linhas daquele pequeno caderno, o garrancho exteriorizava para o mundo o [meu] desejo de ser compreendido e corresponder [me] com o externo, com o outro. Em meu coração, não sei dizer bem ao certo desde quando, brota uma chama de felicidade ao contemplar a relação entre o lápis, a caneta ou mesmo o giz e o papel. Um encontro!
Quando busco na memória, surge em minha mente a imagem de rabiscos em um velho caderno, são os meus primeiros escritos. Rabiscos que para outros pouco representam, mas que talvez, revelem muito mais do que qualquer outra coisa que já tenha feito. Entre as linhas daquele pequeno caderno, o garrancho exteriorizava para o mundo o [meu] desejo de ser compreendido e corresponder [me] com o externo, com o outro. Em meu coração, não sei dizer bem ao certo desde quando, brota uma chama de felicidade ao contemplar a relação entre o lápis, a caneta ou mesmo o giz e o papel. Um encontro!
Nessa
[ainda] curta Caminhada venho delineando, encontrando, descobrindo... Pedaços
meus perdidos, dispersos em caminhos que ainda venho percorrendo. Tenho me
reencontrando em textos de dias idos, em sons melodiosos, no ritmo e pulsação daqueles
que precederam. Me reencontro com aquilo que pulsa o coração, alimenta a
lágrima. Com a música, dentre as primeiras descobertas desse mundo, tenho
encontrado semelhantes, que me tocam o coração e despertam sensações inefáveis.
Começo a
escrever - e quando digo "escrever", tenho em mente a busca pela "materialização"
das sensações, dos sentimentos - por um motivo em comum com os iniciantes: um
amor. Que seja pelo encanto, ou pela desilusão, mas tem-se o início, diversas
vezes, no amor. Contudo a continuidade deu-se muito mais pela angústia que
carreguei [talvez própria da fase vivida], do que por amores. Por um momento Perdi-me.
Contudo, a vida não se faz somente de tormentas, há também bonança, e nuances.
Os ventos
rumaram para outras estradas... e "O Caminhante" surge como um
maneira de me expressar, uma válvula de escape, um olhar, um sentir, amar.
Dessa forma busco a "materialização" das sensações, despertar dos
sentimentos, tanto daqueles que me leem, como de mim mesmo. Me reencontro,
redescubro [o que há em mim e ao meu redor]. "A criança que carrego
comigo" ainda muito me fala, juntos olhamos e seguimos pela estrada.
Talvez "O Caminhante" seja mais "a criança que carrego", do
que o "Eu", pois com os olhos de criança posso olhar pela janela, ver
os céus e sentir-me, mais uma vez, inebriado com a visão. Caminho [vivo] buscando
observar, sentir, colher, aprender.
Sou um
fotógrafo, meus registros são o que compreendo, entendimentos que com o tempo
podem transmutar-se; meu coração é o sensor, e com as palavras revelo o meu
olhar.
O Caminhante, Rogerio Miranda.