22 de abril de 2012

Saudade
Rogerio Miranda21:25 2 comentários

Caros leitores,

Há tempos não nos comunicamos, não é mesmo? Após esse longo período de hiato, férias, ou seja lá o que foi., iniciamos mais uma fase de postagens.
Apresento a vocês um texto já antigo, "veio" até mim no dia 29 de maio de 2011, e lhes digo que este é uma espécie de braço do texto "O Trem", eles são complementares.
Espero que a leitura seja agradável e que nossos  "encontros" sejam mais constantes, um grande abraço e que venham mais postagens.

Grato pela atenção,
               
Rogerio Miranda - O Caminhante Solitário



Saudade






















O sol nunca esteve tão radiante,
Estávamos num belo jardim,
E isso me pareceu ser uma realidade amargamente distante.
O vento agitava seus cabelos,
Você sorriu pra mim
E então, como que
Por passe de mágica
Teu riso fez desaparecer todos os meus medos.

Meus olhos se perderam por tua face,
Nossos sonhos, conquistas, palavras, nossas frases...
Minhas lembranças fizeram mais chagas em meu coração
E você como sempre, em sintonia, percebeu e questionou minha distração

Tentei com minhas mãos segurar o tempo
Agarrá-lo à força e fazer de nosso reencontro
Uma espécie de sombra de um último capítulo,
Onde ambos não ficassem uma vez mais ao relento

O céu nos inundou com sua amarga e inóspita tristeza,
Mas nada nos importava,
E assim nos mantemos a contemplar;
Ignorarmos toda aquela singela frieza
Na qual o mundo nos abrigava
E ao seu modo nos abraçava.
Tínhamos um ao outro, de maneira que o resto pouco implicava.

O que será, e o que se faz com as almas avulsas?
E o que é feito daqueles que ainda são cativos?

Fúcsias derramaram de meu peito e inundaram os olhos
A tua trova aos poucos foi se dissipando,
E por castigo dos céus, estavam novamente nos afastando

O jardim de vida e amor eterno
Diante de minhas vistas se desfez
O que era aquilo? Tudo realmente foi vivido?

O que tinha de certo em minha mente era:
Eu estava lúcido – e encarcerado - mais uma vez
E você estava de mim distante,
Na verdade nada se desfez...

Teus rastros foram levados pela aragem,
Agora os querubins que lhe fazem companhia.
E pra mim, o que resta se não somente o fardo De carregar solitariamente esta pesada bagagem?